por Débora Fogliatto
Engraçado para mim é que o futebol seja o esporte mais famoso do Brasil. Que o vôlei seja considerado importante, o tênis de mesa esteja nas Olimpíadas, o rúgbi esteja conquistando espaço e ninguém pareça estar vendo o óbvio: esporte lindo mesmo é a patinação artística.
Não só porque as coreografias são expressivas, os saltos são emocionantes, os currupios impressionam. Mas também pelos aprendizados, pelas vitórias, pelas perdas. Lindo é cair no chão tentando entender. Lindo é ver o esforço de uma criança, a concentração de um aluno. Lindo mesmo é um esporte que ensina que nem sempre teremos sucesso, mas sempre conquistaremos algo. Cada derrota nos faz voltar com ainda mais empenho para a quadra, cada vez que competimos é como se olhássemos para aquela plateia que observa e disséssemos: eu estou aqui. Eu consigo.
E mesmo se falharmos, ainda assim teremos conseguido. Encarar sozinhos um ginásio lotado de espectadores não é pra qualquer um. Até as celebridades tremem nos shows. O simples fato de estarmos lá nos faz vencedores. Só de praticarmos um esporte tão subestimado, tão desconhecido em muitos lugares, e nos dedicarmos de corpo e alma a isso já somos vencedores. O resultado é apenas conseqüência dos treinos, da nossa preparação – física e psicológica. O nervosismo é a vontade de se sair bem, de não decepcionar. Mas não se preocupem, não decepcionaremos.
As nossas vitórias não são se constituem dos dias que passamos competindo, mas sim de todos aqueles em que chegamos aos treinos dispostos a fazermos o nosso melhor.
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